A síndrome de cushing, conhecida também como hiperadreno, se trata de uma doença muito comum em cães – principalmente os idosos das raças dachshunds, poodle, boxer e terrier. Ela é gerada pela elevação do cortisol, um hormônio muito importante para regular o organismo do animal.
Como consequência, essa síndrome produz esse hormônio em excesso, trazendo problemas para a saúde do seu pet. Ela pode ser provocada por dois motivos: tumores nas glândulas adrenais ou administração excessiva de glicocorticoide. Os tumores são responsáveis pelo aumento de cortisol nos cães e, com o tempo, os sinais do hiperadreno se tornam perceptíveis.
Para deixar você informado sobre como lidar com a situação, nossa equipe da DrogaVET separou os principais sinais e sintomas, assim como é feito o tratamento dessa condição – confira!
O que aumenta o cortisol em cães?
O uso de medicamentos conhecidos como corticóide são utilizados pelos veterinários naturalmente, tais como antialérgicos, anti-inflamatórios e imunossupressores. Quando são utilizados sem acompanhamento veterinário, podem ser responsáveis por desenvolver a doença no animal.
Nesse sentido, o cão começa apresentar o hiperadreno, com concentrações consistentes de cortisol com uma hipofunção nas adrenais, isto é, diminuição da produção do hormônio. O hiperadrenocorticismo hipófise-dependente ocorre pela presença de um tumor na glândula hipófise, localizado próximo da base do cérebro do cão. Responsável pelas alterações da produção de cortisol, a doença de cushing também pode ser silenciosa.
A glândula hipófise produz e libera um hormônio conhecido como ACTH, que estimula as glândulas adrenais a produzir hormônios como o cortisol. Os tumores fazem com que o ACTH hiperestimule a produção de cortisol, prejudicando a homeostase do organismo por inteiro, o que pode a vir manifestar doenças como diabetes.
O diagnóstico do hiperadreno pela iatrogenia é mais frequente em cães do que em gatos, pois são considerados menos suscetíveis aos efeitos dos medicamentos. Já o hiperadrenocorticismo primário, é a causa mais comum nos cães idosos, em média 85% dos animais são diagnosticados com a síndrome.
O que o excesso de cortisol em cães pode causar?
A síndrome é maior em caes de pequeno porte, entretanto não é exclusiva e os sintomas podem ser silenciosos, podendo até mesmo não apresentar nenhum sinal da doença, confundindo com outras patologias. O cortisol possui diversas funções no organismo dos animais, por isso o hiperadreno tem sintomas variados que acabam confundindo o tutor.
Um sintoma muito característico da doença é o aumento do abdômen por distensão, com o tempo o fígado vai aumentando de tamanho pela distensão de gordura no órgão. Por conta da síndrome ser discreta, é recomendado procurar um veterinário especializado em endocrinologia quando houver suspeita.
Os pets que possuem o hiperadreno apresentam os seguintes sintomas:
● Aumento de apetite
● Problemas na pele
● Aumento de ingestão de água
● Distensão abdominal e de veias abdominais
● Perda de pelo
● Aumento de volume da urina
● Dificuldade na perda de peso
Vale ressaltar que o pet não precisa apresentar todos os sinais, mas é fundamental fazer a análise caso haja suspeita. O diagnóstico poderá ser feito por meio de exames, testes de supressão ou um teste de estimulação por ACTH.
Outra forma de identificar a síndrome em cães, é a ultrassonografia veterinária do abdômen utilizada como auxiliar no diagnóstico do hiperadreno, por meio dela é possível ver as alterações das glândulas (como formato, contorno, dimensões, etc).
Como tratar hiperadrenocorticismo em cães?
Felizmente a síndrome de cushing em cães possui tratamento, dependendo da origem da doença pode ser tratada com medicamentos ou com cirurgia, em ambas as situações o objetivo é a redução de cortisol. Mas, no caso da hiperadreno adrenal-dependente é recomendado a remoção do tumor da glândula adrenal, já em casos de hipófise-dependente é indicado um tratamento à base de medicação.
Atualmente, o trilostano é o medicamento mais utilizado que atua na inibição da produção de cortisol. Sendo de grande eficácia na redução por períodos prolongados, quase não apresenta efeitos colaterais nos cães. Caso a doença não seja tratada, pode provocar outras doenças cardiovasculares, pele, fígado e diabetes.
Quanto tempo vive um cão com Hiperadreno?
Caso o tratamento da glândula adrenal seja controlada, os cães que apresentam a doença podem viver normalmente por muitos anos, desde que tomem os medicamentos e sejam monitorados pelo veterinário. Os cães com tumor na glândula suprarrenal tem uma expectativa de vida de 3 anos, com um tratamento controlado da síndrome é de 2 anos.
Os cães mais jovens podem viver por mais tempo caso seja tratada, no entanto, a maioria morre ou acaba sendo eutanasiada pelas complicações da doença. Por isso, saber o que está causando o hiperadreno nos cães é fundamental, pois faz a diferença na forma de tratar a enfermidade.
Em suma, é importante ficar atento aos sinais que o cão apresenta para conseguir identificar a doença, facilitando o tratamento e impedindo o óbito do pet. Os tratamentos atuais são muito eficazes, tornando mais fácil de salvar a vida dos cães.